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Hopi Hari – Desabafo de uma Mãe

Nó na garganta.É esse sentimento que tenho,desde o acidente trágico ocorrido  ontem no Hopi Hari.

Poderia ter sido um dos meus nesse acidente.Poderia ter sido eu.Estive no Hopi na ‘sestina’ de 27 de janeiro,desse ano.Foi meu primeiro brinquedo,e uma das gôndolas subiu e não desceu.Precisou ser descida manualmente.Essa gôndola ficou parada por algum tempo,mas antes das 3 da tarde já estava funcionando normalmente(A foto acima mostra o momento em que a gôndola defeituosa era descida).

Parem por apenas 5 minutos.Se imaginem chegando ao parque,com seus amigos, parentes, vizinhos, namorados, maridos.Se imaginem na fila do brinquedo,pensando no frio da barriga do trajeto,da brincadeira,das fotos tiradas e dos planos dos próximos brinquedos a usar.Travando os cintos,subindo na torre e na descida,um dos seus,desses que foram com vocês,estirado no chão.Ainda assim foi uma fatalidade? Ainda assim ‘acidentes’ acontecem? Pronto. Agora podemos falar sobre a imprudência do parque.

Ontem,enquanto eu estava no facebook do Hopi Hari,debatendo com tantos outros que assim como eu,estavam surpresos e chocados com o que aconteceu,pude ler que várias pessoas se queixavam das condições do parque.Tive o cuidado de printar,e aqui os colocarei,com toda preocupação de mãe,que zela e cuida dos seus e que pensa e sente como mãe.

Descobri também que,não existe um órgão fiscalizador para os parques! Leiam uma parte da reportagem:

“Os parques de diversões do Estado devem seguir as normas estabelecidas pela Adibra (Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil). Segundo o órgão, o Hopi Hari estava  de acordo com todas as regras. O que tanto a Adibra quanto o parque não esclarecem, porém, é quem fiscaliza a estrutura do local.

Apesar de atestar a funcionalidade do Hopi Hari, a Adibra assumiu nunca ter averiguado a condição dos brinquedos e não informa se recebeu algum laudo comprovando se há manutenção ali.

Por meio de assessoria de imprensa, o Hopi Hari informou que não sabia quem eram os responsáveis pela fiscalização dos brinquedos e não revelou a data da última manutenção.

A Constituição Federal diz que “o uso e ocupação do solo” ficam sob responsabilidade do município. A Prefeitura de Vinhedo, no entanto, informou não possuir nenhum órgão competente que possa fiscalizar o Hopi Hari. Disse ainda ter fornecido alvará “em meados dos anos 2000, quando o parque foi inaugurado”. A renovação, também segundo o município, foi realizada só que  “com base nos laudos do Corpo de Bombeiros”.

Mas os bombeiros fiscalizam só os equipamentos de prevenção a incêndios. “Checamos apenas extintores, alarmes e hidrantes. Por lei, essa é a nossa atribuição”, explicou o tenente Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros.”

Fonte -> http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/14142/Morte+revela+que+ninguem+fiscaliza+parque+

Com tantos absurdos assim,me entristece ainda mais a descoberta como as pessoas podem ser cruéis e mesquinhas.Como uma vida vale absolutamente ‘nada’. O que mais li ontem,por incrivel que pareça era ‘foi fatalidade’,’o parque não tem culpa’,’foi a hora dela’,’acidentes acontecem’,’se for assim,melhor não sair de casa’.

Não podemos nos acostumar com tragédias.Não podemos achar normal.Acidentes acontecem? Sim,acontecem…mas em um parque cujo carro chefe são os brinquedos radicais,tudo pode acontecer,menos falhas em travas e descuidos.

Ontem a noite,pude abraçar a minha filha,e pensei,ainda com esse mesmo nó na garganta,que poderia ter sido ela.Me solidarizo com a familia,enquanto o parque Hopi Hari somente lamenta o fato e poe uma fitinha preta representando luto no perfil do facebook,mas com os brinquedos em pleno funcionamento.

Não sei qual o òrgão competente,ou se existe tal,mas algo deve ser feito. Não só pelo Hopi Hari,mas pelos outros tantos acidentes,que ocorrem em parques de menores portes.Estamos lidando com vidas !

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